Aécio Neves destitui Tasso Jereissati da liderança do PSDB

Aécio expôs uma guerra interna sem precedentes a um mês da convenção que vai definir a nova direção

O mineiro diz que saída do rival, que atuava como presidente interino do partido, garante isonomia para eleições
10 de Novembro de 2017 - 17h24

O senador Aécio Neves destituiu o senador Tasso Jereissati da liderança do PSDB e ampliou a crise no partido, assunto nas manchetes dos principais jornais do país nesta sexta-feira. O mineiro diz que saída do rival, que atuava como presidente interino do partido, garante isonomia para eleições internas, em dezembro. Alckmin afirma que não foi consultado e é contra mudança no comando da sigla. Tasso acusa Aécio de ‘apoiar o fisiologismo’.

Aécio expôs uma guerra interna sem precedentes a um mês da convenção que vai definir a nova direção do partido. Presidente licenciado da legenda, ele usou o estatuto e indicou para o cargo o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. Tasso e Aécio tiveram uma discussão dura na tarde de ontem. Por trás da crise há o embate entre a ala “governista” do PSDB e os que pregam o rompimento com Michel Temer.

Jereissati e o governador de Goiás, Marconi Perillo, disputarão o comando do partido em convenção marcada para 9 de dezembro. Aliados de Aécio, que apoia Perillo, acusam Tasso de usar a estrutura partidária para promover sua candidatura. Aécio foi pessoalmente ao gabinete de Tasso para pedir que ele deixasse o cargo, mas ouviu que teria de retirá-lo. Na avaliação de tucanos, o gesto do mineiro deu sobrevida aos quatro ministros do partido no governo.

Tasso acusou Aécio de “apoiar o fisiologismo do governo Temer”. Aécio disse que só retirou Tasso para manter a isonomia na disputa contra Perillo, ligado a ele e também defensor da permanência dos tucanos no governo Temer. O governador Alckmin, principal pré-candidato tucano ao Planalto, disse que não foi consultado e que, “se fosse, teria sido contra”.