Justiça condena à prisão seis advogadas ligadas ao PCC

O grupo prestava assistência a familiares e a detentos, com a utilização de dinheiro de origem ilícita

Para juiz, elas aceitaram seguir as regras da facção e estavam cientes de que eram financiadas por uma organização
1 de Novembro de 2017 - 21h21

O juiz Gabriel Medeiros, da 1ª Vara da Comarca de Presidente Venceslau, em São Paulo, condenou seis advogadas do PCC com base na lei de organização criminosa. Uma das acusadas recebeu a pena de 17 anos e dois meses de reclusão; outra, de dez anos e seis meses; e as demais, de oito anos e nove meses, todas inicialmente em regime fechado.

A denúncia decorreu de investigações que ficaram conhecidas como Operação Ethos, que apurava a relação de advogados com facções criminosas. Outros advogados também já foram condenados pelo mesmo crime. Cabe recurso da decisão.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo, as acusadas integravam uma rede que atuava em favor da organização criminosa. O grupo prestava assistência a familiares e a detentos, com a utilização de dinheiro de origem ilícita. Na sentença, o juiz Gabriel Medeiros afirmou que ficou caracterizado o envolvimento das advogadas com o PCC.

“Restou demonstrado que as acusadas aceitaram seguir todas as ordens e protocolos para integrar a organização criminosa denominada Primeiro Comando da Capital, no âmbito de sua célula jurídica ‘sintonia dos gravatas’. Estavam à disposição da facção para realizar as tarefas que lhes fossem atribuídas, ainda que dentro de suas áreas de atuação. Sabiam que eram financiadas por uma organização criminosa que pratica os mais diversos crimes”, anotou o magistrado.