Desenrola Brasil é uma revolução extraordinária, diz Lula

Presidente Lula destaca potencial do programa para tirar famílias do endividamento

O jornalista Marcos Uchôa e o presidente Lula durante mais uma edição do Conversa com o Presidente
19 de Julho de 2023 - 10h42

Uma "revolução extraordinária" para facilitar a vida de milhões de famílias que podem voltar ao mercado de consumo. Assim o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu o Desenrola Brasil, programa criado pelo Governo Federal para ajudar famílias brasileiras a saírem do endividamento e limparem os nomes. A afirmação foi durante entrevista ao jornalista Marcos Uchôa em mais uma edição do Conversa com o Presidente, bate-papo semanal pelo ambiente digital.

"É extraordinário. Se der certo, a gente vai salvar no mínimo 72% da população que está endividada e permitir que essa pessoa possa voltar ao mercado de consumo, porque todo mundo sempre tem uma coisinha para comprar", disse, alertando para a necessidade de as pessoas consumirem de forma responsável, com gastos que caibam no orçamento.

O presidente comemorou a boa receptividade do programa com bancos. Alguns, segundo ele, oferecem até 96% de desconto na primeira fase do programa. Nela, dívidas de até R$ 100 são automaticamente negativadas e, para pessoas que recebem até R$ 20 mil mensais, há um incentivo para negociações diretas com instituições financeiras em condições facilitadas.

Em setembro, uma nova etapa será iniciada focada nas dívidas de até R$ 5 mil com o varejo. Por meio de um aplicativo, outros milhões de endividados podem negociar melhor com os credores.

"Acho que o Desenrola vai ajudar o povo brasileiro. Vamos libertar milhões de brasileiros que vão poder voltar ao consumo livremente, alegre, sorrindo, podendo comprar aquela coisinha que ele sonha comprar".

MAIS MÉDICOS - No Conversa com o Presidente desta terça (18/7), transmitido de Bruxelas (Bélgica), onde cumpre agenda internacional, Lula também comentou sobre a importância do Mais Médicos para a democratização do acesso e a melhoria da qualidade da saúde no Brasil.

Em cerimônia na semana passada no Palácio do Planalto, o presidente sancionou a nova versão da lei para o programa criado em 2009, no governo Dilma Rousseff. Com 15 mil contratações neste ano, o programa chegará ao fim de 2023 com 28 mil profissionais para atender 96 milhões de pessoas nas periferias das grandes cidades e em lugares longínquos de todo o país.

"O importante é que esses médicos não vão ficar na Avenida Paulista, na Avenida Copacabana ou na Avenida Boa viagem. Eles vão para a periferia e para o interior mais longínquo, onde ninguém quer ir. É uma revolução que estamos fazendo na saúde. Parabéns à ministra e a todo o pessoal da Saúde", afirmou Lula.

O presidente defendeu ainda a valorização dos profissionais que atuam no programa e a celebração de convênios com especialistas para que, por meio do SUS, os mais pobres tenham acesso a esses profissionais. E voltou a destacar a importância do Sistema Único de Saúde (SUS). " O que precisamos é aperfeiçoar esse sistema que é extraordinário e que é motivo de orgulho do nosso Brasil", declarou.

CIÊNCIA E CULTURA - Lula destacou, ainda, a importância da pesquisa e do investimento em ciência para o desenvolvimento do Brasil e voltou a mencionar o papel estratégico da Cultura. Na semana passada, todos os estados e 98% dos municípios aderiram à Lei Paulo Gustavo, que prevê incentivos para a produção cultural. Com ela e a lei Aldir Blanca juntas, haverá uma injeção de quase R$ 8 bilhões no setor em todo o país.

"Agora é criar os comitês culturais nas capitais para que a gente valorize a cultura local. A gente precisa fazer cultura no Brasil inteiro. É isso que estimula a gente a fazer esses investimentos.", disse, destacando o potencial econômico e financeiro da Cultura.

"A atividade cultural é muito forte economicamente. Quem fala que dinheiro na cultura é gasto, é um bobão, um mentiroso, um ignorante. Dinheiro em cultura significa investimento, geração de emprego, oportunidade e distribuição de riqueza, além de conhecimento. Viva a cultura".

Foto: Ricardo Stuckert / PR