28% dos brasileiros não respeitam a quarentena contra coronavírus

O levantamento, realizado por telefone entre os dias 1 e 3 de abril ouviu 1.511 brasileiros

O levantamento, realizado por telefone entre os dias 1 e 3 de abril ouviu 1.511 brasileiros
7 de Abril de 2020 - 11h35

Uma pesquisa divulgada, nesta terça-feira (7), pelo Datafolha aponta que 28% dos brasileiros não seguem, total ou parcialmente, o isolamento social estabelecido pelo governo – e considerado pelos especialistas a estratégia mais eficiente para evitar a disseminação do novo coronavírus.

Este número inclui 24% dos entrevistados que dizem que continuam saindo de casa para trabalhar ou fazer outras atividades, mas alegam que estão tomando cuidados adicionais. Há ainda 4% que disseram não ter mudado sua vida e que continuam com a mesma rotina de antes da pandemia.

O levantamento, realizado por telefone entre os dias 1 e 3 de abril ouviu 1.511 brasileiros em todas as regiões do país. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Os outros 72% dos entrevistados disseram que seguem a orientação de ficar em casa, como recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desses, 54% afirmaram que só deixam seu lar quando é inevitável, por exemplo, para compra comida. E 18% disseram estar totalmente isolados, sem sair em qualquer hipótese.

O desrespeito ao isolamento sobe para 35% entre os pesquisados na faixa salarial entre dois e cinco salários mínimos, que inclui muitos trabalhadores autônomos ou sem renda fixa. Desses, 30% disseram que tomam cuidados adicionais, e 5% que não mudaram sua rotina.

Medo da doença

O Datafolha também pesquisou o nível de preocupação das pessoas com a pandemia de COVID-19. E a grande maioria disse ter medo da doença.

São 77% no total, dos quais 39% afirmaram ter um pouco de medo e 38% muito medo, uma situação de empate técnico. 23% dos que foram ouvidos disseram não ter medo nenhum.

46% dos entrevistados afirmaram também que os brasileiros estão menos preocupados do que deveriam com a doença. Já 33% consideram que o grau de apreensão está na medida certa, e outros 19% afirmam que a preocupação é excessiva.

Entre moradores dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, os mais afetados em número de casos e mortes, o pessimismo é mais forte. Nos dois locais, 52% dos entrevistados avaliam que a população está menos preocupada do que deveria com a crise, seis pontos percentuais acima da média nacional.