Droga japonesa contra gripe é "claramente eficaz" ao coronavírus

As ações da Fujifilm Toyama Chemical, que desenvolveu o favipiravir, aumentaram após elogios

As ações da Fujifilm Toyama Chemical, que desenvolveu o favipiravir, aumentaram após elogios de autoridades chinesas
18 de Março de 2020 - 09h21

As autoridades médicas da China disseram que um medicamento usado no Japão para tratar novas cepas de influenza parece ser eficaz em pacientes com coronavírus, informou a mídia japonesa na quarta-feira.

Zhang Xinmin, funcionário do ministério de ciência e tecnologia da China, disse que o favipiravir, desenvolvido por uma subsidiária da Fujifilm, produziu resultados encorajadores em ensaios clínicos em Wuhan e Shenzhen envolvendo 340 pacientes.

"Ele tem um alto grau de segurança e é claramente eficaz no tratamento", disse Zhang a repórteres na terça-feira.

Os pacientes que receberam o medicamento em Shenzhen ficaram negativos para o vírus após uma mediana de quatro dias após se tornarem positivos, em comparação com uma mediana de 11 dias para aqueles que não foram tratados com a droga, disse a emissora pública NHK.

Além disso, os raios X confirmaram melhorias na condição pulmonar em cerca de 91% dos pacientes tratados com favipiravir, em comparação com 62% ou naqueles sem a droga.

A Fujifilm Toyama Chemical, que desenvolveu o medicamento - também conhecido como Avigan - em 2014, se recusou a comentar as alegações.

As ações da empresa subiram na quarta-feira após os comentários de Zhang, fechando a manhã em 14,7% a 5.207 ienes, atingindo brevemente seu limite diário máximo de 5.238 ienes.

Médicos no Japão estão usando o mesmo medicamento em estudos clínicos em pacientes com coronavírus com sintomas leves a moderados, esperando que isso impeça a multiplicação do vírus nos pacientes.

Mas uma fonte do Ministério da Saúde do Japão sugeriu que o medicamento não era tão eficaz em pessoas com sintomas mais graves. "Demos Avigan de 70 a 80 pessoas, mas parece não funcionar tão bem quando o vírus já se multiplicou", disse a fonte ao Mainichi Shimbun.

As mesmas limitações foram identificadas em estudos envolvendo pacientes com coronavírus usando uma combinação dos anti-retrovirais HIV lopinavir e ritonavir, acrescentou a fonte.

Em 2016, o governo japonês forneceu o favipiravir como uma ajuda de emergência para combater o surto de vírus Ebola na Guiné.

O favipiravir precisaria da aprovação do governo para uso em larga escala em pacientes com Covid-19, uma vez que se destinava originalmente ao tratamento da gripe.

Um oficial de saúde disse ao Mainichi que o medicamento poderia ser aprovado já em maio. "Mas se os resultados da pesquisa clínica forem atrasados, a aprovação também poderá ser adiada".

FONTE: https://www.theguardian.com