Liminar determina que R$ 127 milhões sejam excluídos do orçamento

Decisão foi tomada em ação movida por vereador da oposição, que acusa Prefeitura de realizar “pedalada

Decisão foi tomada em ação movida por vereador da oposição, que acusa Prefeitura de realizar “pedalada”
22 de Dezembro de 2018 - 09h30

Os vereadores de Osasco aprovaram nesta quinta-feira (20) o orçamento da cidade para 2019. A peça prevê uma receita de cerca de R$ 2,9 bilhões, mas uma liminar determinou que sejam desconsiderados do projeto R$ 127 milhões referentes a receitas de capital ainda não autorizadas pela Câmara Municipal.

Receitas de capital são aquelas que não vêm de taxas, impostos ou transferências de outros entes da Federação. Elas incluem empréstimos e a venda de bens do município, duas operações para as quais a lei exige aprovação prévia do Legislativo.

A decisão do juiz Olavo Sá Pereira da Silva, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Osasco, foi tomada na quarta-feira (19), a pedido do Vereador Tinha Di Ferreira (PTB). No documento, o magistrado diz que há uma “aparente ilegalidade” na inclusão dos recursos e ordena que essas receitas sejam desconsideradas pelos parlamentares.

Para cumprir a determinação, os vereadores aprovaram uma emenda ao projeto que suspende a execução das rubricas apontadas como irregulares até que uma decisão definitiva seja tomada pela Justiça.

Após a votação da emenda, os parlamentares aprovaram a redação final do projeto, que recebeu 18 votos a favor e dois contrários, dos vereadores Dra. Régia (PDT) e Tinha Di Ferreira (PTB).

Ao justificar seu voto na tribuna, o petebista disse acreditar que a Prefeitura incluiu receitas inexistentes para inflar o orçamento. "Eu tenho um entendimento que isso aqui é uma pedalada”, afirmou o parlamentar, comparando o caso às manobras fiscais que serviram de pretexto para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Na terça-feira (18), durante a sessão em que o projeto foi aprovado em primeira discussão, parlamentares da situação defenderam a legalidade do projeto enviado pelo Executivo. Na ocasião, o vereador Toniolo (PCdoB) argumentou que as receitas do orçamento são sempre estimadas e por isso não há nada de errado em incluir recursos ainda incertos.

Naquele dia, o mesmo juiz havia negado um primeiro pedido de liminar feito por Tinha, alegando que a ação não estava acompanhada de provas. No entanto, posteriormente foram juntados documentos mostrando que não havia alienações aprovadas pela Câmara para o próximo exercício e que os empréstimos autorizados somavam apenas R$ 30 milhões – de um total de R$ 105 milhões previstos no projeto de lei. Diante das novas evidências, o magistrado resolveu reverter a decisão anterior.

Depois da fala de Tinha, o Vereador Ricardo Silva (PRB), presidente da Comissão de Economia e Finanças – contra a qual foi impetrado o mandado de segurança –, utilizou o microfone para criticar a postura do colega. Mesmo reconhecendo o direito dele a questionar a atuação do colegiado na Justiça, ele acredita que a judicialização da discussão sobre o orçamento é prejudicial à cidade.

Agora o texto segue para o Prefeito Rogério Lins (Podemos), que pode sancioná-lo ou vetá-lo.