Sete presidenciáveis são a favor da prisão em segunda instância

Todos os pré-candidatos representantes da esquerda, são contrários

Bolsonaro afirma em seu discurso que Lula deve ser preso
29 de Março de 2018 - 19h43

Sete dos dez pré-candidatos à Presidência da República que se posicionaram publicamente sobre prisão em segunda instância são favoráveis à execução da pena antes de esgotados todos os recursos. Outros quatro pré-candidatos, todos representantes da esquerda, são contrários à medida. No total, dos catorze presidenciáveis que foram lançados ou manifestaram disposição em concorrer nas eleições de 2018, dois não quiseram se manifestar, entre eles o presidente Michel Temer (MDB).

Em entrevista nesta segunda-feira, 26, à TV Cultura, o juiz federal Sérgio Moro disse que tem expectativa de que o precedente da execução de pena em segundo grau judicial seja mantido e que o tema pode ser cobrado dos “candidatos à Presidência”. Também defendeu uma mudança na Constituição para contemplar esse entendimento.

O juiz foi indagado sobre o julgamento no próximo dia 4 do pedido de habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal. O petista quer ter o direito de esgotar todos os recursos até a última instância judicial para se livrar da pena de doze anos e um mês de prisão que recebeu no caso do triplex do Guarujá.

O deputado federal e presidenciável, Jair Bolsonaro, acredita que a revisão da prisão após condenação em segunda instância seria “o paraíso dos corruptos”, pois levaria ” trinta anos” até que o réu finalmente passasse a cumprir pena. “Mudar isso agora é casuísmo, é só para proteger o Lula. Se um só ministro do Supremo Tribunal Federal pedisse vistas em relação ao habeas corpus, ele estaria na cadeia hoje. Lula deve ir em cana”, disse ao Estado.