Lula celebra retirada de tarifas de 40% impostas a produtos brasileiros pelos EUA

Anúncio do governo norte-americano suspende taxa adicional de 40% para uma série de produtos importado

Lula e Alckmin avaliam que o diálogo e a diplomacia do Brasil ajudaram a melhorar o cenário
21 de Novembro de 2025 - 15h01

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou na noite desta quinta-feira, 20 de novembro, a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% para uma série de produtos agropecuários importados do Brasil, entre eles carne, café e frutas. Lula desembarcou nesta sexta-feira (21) em Joanesburgo para participar da Cúpula de Líderes do G20, que será realizada nos dias 22 e 23 de novembro.

“Acabo de receber uma notícia que me deixou feliz. Não é tudo que eu quero, não é tudo que o Brasil precisa, mas é uma coisa muito importante. Depois de um telefonema de meia hora com o presidente Trump, depois do encontro na Malásia, o presidente Trump acaba de anunciar que vai começar a reduzir vários produtos brasileiros que foram taxados em 40%. Isso é um sinal muito importante para a relação civilizada que tem que ter Brasil e Estados Unidos”, afirmou Lula, em vídeo postado na rede X em que estava acompanhado do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Eu acho algo que o Trump deu um bom sinal. Nós precisamos estar preparados, porque ele está convidado a vir ao Brasil quando quiser e espero ser convidado para ir a Washington para a gente poder zerar qualquer celeuma comercial e política entre Brasil e Estados Unidos”, completou Lula.

DIÁLOGO – Para Geraldo Alckmin, a decisão do presidente Trump é o desdobramento de um processo marcado por responsabilidade e capacidade de articulação. “O presidente Lula sempre orientou diálogo e negociação. E depois da conversa com o presidente Trump, abriu-se uma avenida de entendimento. Esses avanços significam emprego, desenvolvimento e mais comércio exterior”, destacou.

INTEGRAÇÃO – Para o ministro da Fazenda, que embarcou com Lula para a África do Sul, o anúncio da redução da taxa de 40% indica que as negociações entre Brasil e Estados Unidos tendem a voltar à normalidade. “Acho que vai prevalecer o bom senso, a amizade. O que precisamos é de mais investimento, tanto de empresas brasileiras lá, como de empresas norte-americanas aqui. O que a gente precisa é de mais comércio, mais entendimento, mais integração”, afirmou Haddad.

Segundo ele, é preciso seguir com o trabalho e superar a questão das tarifas para que os dois países possam avançar em outros temas importantes para as duas nações. “É um segundo ou terceiro passo que está sendo dado. Acho importante que isso vá sendo conquistado aos poucos, até a gente zerar este jogo e aí falar do que interessa. O que interessa é adensar as cadeias produtivas, aproveitar os nossos minerais para produzir bateria aqui, produzir carro elétrico aqui, energia limpa aqui. É o nosso comércio estar integrado, exportar mais, importar mais. Vamos reabrir o mercado americano para as empresas brasileiras”, completou Haddad.

Foto: Ricardo Stuckert / PR