O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no início da tarde desta terça-feira (2/5), o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, para uma reunião bilateral e almoço no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF). Essa é a primeira visita de um chefe de governo de uma nação africana ao Brasil desde a posse do terceiro mandato de Lula, em janeiro.

Na reunião, o presidente e o primeiro-ministro conversaram sobre cooperação internacional, não apenas bilateral entre os dois países, mas também com o restante do continente africano, em áreas como educação, comércio e no combate às mudanças climáticas. Localizado no Atlântico Sul, Cabo Verde é um dos países insulares que tendem a ser mais prejudicados com o aumento do nível dos oceanos.

“Em meus dois primeiros mandatos, promovemos o reencontro do Brasil com o continente africano. Visitei a África 12 vezes, fui a 21 países e visitei Cabo Verde em duas ocasiões. Agora a África voltará a ser uma prioridade para o Brasil, sobretudo o relacionamento com os países africanos lusófonos”, declarou o presidente antes do almoço no Itamaraty.

Para Lula, olhar para o continente africano é importante não apenas pelas raízes históricas do povo brasileiro, mas pelas possibilidades que existem hoje. “O Brasil aposta na África não só porque tem uma dívida histórica com esse continente irmão. Vemos para a África um futuro extraordinário, com seus 1,2 bilhão de habitantes e seu imenso e rico território”, disse.

Tanto o presidente brasileiro quanto o primeiro-ministro cabo-verdiano lembraram de uma importante contribuição feita pelo Brasil à educação do país africano. Em 2004, com apoio do ministério da Educação brasileiro, foi aberta a Universidade de Cabo Verde. “Hoje, lá estudam cinco mil alunos”, contou Ulisses Correia e Silva.

Lula também afirmou que em breve voltará a visitar a África, na cúpula da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), em São Tomé e Príncipe, em julho, e na cúpula de chefes de estado do BRICS (bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), na África do Sul.

Foto: Ricardo Stuckert / PR