Bolsonaro anuncia programa de renegociação de dívidas com a Caixa

Descontos podem chegar a 90% e cerca de 400 mil empresas devedoras também serão impactadas

As medidas analisam uma mudança no foco da campanha presidencial para um maior apelo econômico
6 de Outubro de 2022 - 16h09

De olho no eleitorado endividado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que o governo federal irá lançar um programa de renegociação de dívidas para cidadãos com débitos pendentes na Caixa Econômica Federal. O anúncio realizado nesta quinta-feira (06), afirma que os valores poderão ser negociados até 90%.

Também foi divulgado um imposto sobre dividendos para pagar gastos com bem-estar social. As medidas analisam uma mudança no foco da campanha presidencial para um maior apelo econômico. Bolsonaro cita o plano de manter o Auxílio Brasil em R$ 600, planos de privatização, redução do Estado e propõe incentivos bancários e a consolidação do ajuste fiscal no médio e longo prazo.

Buscando conquistar votos antes do segundo turno, Bolsonaro tem focado em medidas mais populares. Ele concordou em tributar dividendos para pessoas com renda superior a R$ 400 mil para estender o Auxílio Brasil.

O perdão de dívidas da Caixa também impactaria 4 milhões de pessoas e 400 mil empresas devedoras. Os planos econômicos tem sido assuntos centrais para os brasileiros, principalmente em relação ao endividamento de famílias. O Brasil vive um ciclo de aperto monetário que tem impactado negativamente a renda familiar.

De acordo com os dados divulgados pela Serasa Experian, em agosto, 67,9 milhões de brasileiros estão inadimplentes e não conseguem quitar as dívidas. Os resultados negativos estão em dois dos principais segmentos econômicos: bancos e cartões de crédito. Ambos representam um total de 28,8% do total de dívidas dos brasileiros. Contas básicas como água, luz e gás representam 22,1% das dívidas e o setor financeiro está em terceiro lugar com 13,8%. Esses são o maiores números desde 2016, quando o levantamento foi criado. O Banco Central ainda afirmou que três em cada dez famílias sofrem com dívidas no cartão de crédito.