Oposição blinda governadores da CPI e querem prorrogar trabalhos

Ala oposicionista liderada por Renan Calheiros não quer investigar supostos desvios nos Estados

Senador Marcos Rogério durante CPI da COVID-19 no senado federal
24 de Junho de 2021 - 12h48

Senadores governistas que compõem a CPI da Pandemia voltaram a afirmar nesta quarta-feira (23) que o colegiado tem blindado as investigações relativas aos recursos federais encaminhados aos estados e municípios. Prestes a completar dois meses de trabalho, a CPI, segundo eles, tem se prestado a fazer uma apuração “seletiva com foco 100% no governo federal” e que a prorrogação do prazo de funcionamento do grupo por mais 90 dias, como quer o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), serviria apenas para manter essa narrativa.

“Acho que é mais uma narrativa de espichar uma CPI que não está encontrando nada dentro do fato determinado. Blindam quem tem de investigar e tentam construir, todo santo dia, uma narrativa para emparedar o governo federal. Então é uma bobagem. Aí vão ficar aqui fazendo espuma enquanto nós precisamos ajudar sobre vacinação, o Plano Nacional de Vacinação, e apurar a corrupção que aconteceu em consórcios, nos estados e municípios, é isso que a gente tem que fazer”, declarou o senador Jorginho Mello (PL-SC).

O senador Marcos Rogério disse que a CPI tem feito uma “blindagem explícita à corrupção” ao não se debruçar nas denúncias de desvios de recursos federais nos estados e municípios. Ele citou novamente a necessidade de ouvir as pessoas ligadas ao contrato de R$ 48 milhões realizado pelo Consórcio do Nordeste para compra de respiradores e que, de acordo com ele, nunca foram entregues.