Maduro expulsa militares que reconheceram Guaidó como presidente

Entre demitidos por "traição" estão um ex-ministro da Saúde e general responsável pela Inteligência

Entre demitidos por "traição" estão um ex-ministro da Saúde e general responsável pela Inteligência militar no governo
5 de Abril de 2019 - 12h08

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expulsou das Forças Armadas treze oficiais, incluindo dois generais da reserva, que reconheceram o opositor Juan Guaidó como presidente interino.

Entre eles, estão o general Hugo Carvajal, que dirigiu os serviços de Inteligência militar do governo de Hugo Chávez durante uma década, e o general Carlos Rotondaro, ex-ministro da Saúde.

Carvajal foi acusado de “atos de traição à pátria”, segundo o Diário Oficial de 20 de março, pelas recentes declarações conclamando os militares a se rebelar contra Maduro, que culpa pela “desastrosa realidade” da Venezuela.

Trata-se de uma medida de “exemplo”, “disciplinar”, cujas consequências a justiça estabelecerá, destaca o decreto. Carvajal exerceu funções no governo chavista até 2017. Os militares representam o principal apoio ao governo socialista.

O alto comando militar manifesta com frequência sua “lealdade incondicional” a Maduro, ignorando os apelos dos Estados Unidos e de Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, que promete anistia e a suspensão das sanções à tropa.

Carvajal e Rotondaro, que supostamente estão no exterior, foram alvo de sanções do departamento americano do Tesouro.

O decreto afirma que os oficiais expulsos “pretendiam, mediante atos hostis, violentos e o desconhecimento das autoridades legalmente constituídas, mudar a forma republicana da Nação”.

Os militares têm amplo poder político e econômico no governo chavista, dirigindo pastas estratégicas como Defesa, Interior, Agricultura, Alimentação e a estatal do petróleo PDVSA.