PT anuncia Haddad como candidato à Presidência da República

A decisão foi anunciada a menos de duas horas do fim do prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral

A decisão foi anunciada a menos de duas horas do fim do prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral
12 de Setembro de 2018 - 11h09

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi anunciado oficialmente como novo candidato do PT à Presidência da República na tarde desta quarta-feira 11. Ele substitui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a candidatura vetada pela Lei da Ficha Limpa, por ser condenado em segunda instância a doze anos e um mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem no caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP).

A decisão foi anunciada a menos de duas horas do fim do prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT, PCdoB e Pros) substituísse seu candidato ao Planalto. A defesa do petista ainda protocolou diversos recursos ao longo dos últimos dias para tentar suspender a inelegibilidade ou, no limite, prorrogar o prazo para a substituição até o próximo dia 17. Diante de derrotas – a última, decidida pelo ministro Celso de Mello, enquanto o ato petista já ocorria em Curitiba –, a escolha de Haddad foi aprovada em uma reunião da Executiva Nacional do PT no início da tarde.

“Nós aceitamos o desafio do ex-presidente Lula, de não deixar o povo brasileiro e o Brasil sem uma opção para a sua luta. Por isso, estamos apresentando Fernando Haddad como candidato”, afirmou a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), que também confirmou Manuela D’Ávila (PCdoB) como candidata a vice-presidente.

Haddad e Greenhalgh passaram o dia todo com Lula na carceragem da Polícia Federal, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril. Como não podiam entrar na cela, boa parte da cúpula petista ficou por um par de horas aguardando que os dois decidissem os últimos detalhes do anúncio. Segundo pessoas próximas a Lula, a estrutura, bem como a potência do sistema de som, foi preparada de forma a garantir que o ex-presidente pudesse ouvir a fala do ex-prefeito de dentro da PF.

A partir de agora, o PT passa a decidir os próximos passos da campanha, a começar por uma reunião que será realizada já nesta quarta-feira no diretório nacional em São Paulo. A principal questão é como garantir vaga ao segundo turno, tendo em vista que o outro candidato da esquerda Ciro Gomes (PDT) disputa o mesmo eleitorado e vem crescendo nas pesquisas.