EUA acusam Maduro de matar os venezuelanos de fome

Assessor de Donald Trump para América Latina compara Maduro ao ditador Pol Pot, líder do Camboja

Cruz advertiu não haver limites para as opções que os EUA podem tomar contra Maduro
25 de Maio de 2018 - 18h51

Os Estados Unidos acusaram nesta sexta-feira (25) o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de cometer crimes contra humanidade ao “matar de fome” o povo de seu país, assim como fez o regime de Pol Pot no Camboja, na década de 1970.

“Eu me sinto tentado a compará-los ao regime de Pol Pot, mas não no aspecto do genocídio”, disse Juan Cruz, principal assessor para América Latina do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, em Washington.

“Falamos sobre como eles estão matando o próprio povo de fome e como usam a comida para a manipulação política. É repugnante. Se isso não é um crime contra a humanidade, eu não sei o que é. O mundo fará com que eles (os governantes venezuelanos) prestem contas”, completou.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, denunciou há um ano os crimes de “lesa-humanidade” cometidos na Venezuela. O relatório final de um estudo da OEA sobre as bases para uma denuncia da Venezuela ao Tribunal Penal Internacional (TPI) será divulgado na próxima semana.

Cruz advertiu não haver limites para as opções que os EUA podem tomar contra Maduro. “Continuaremos pressionando a Venezuela a restaurar a democracia. Tentaremos formas de levar ajuda alimentícia a esse país, apesar da resistência constante do regime em aceitar que eles precisam de comida”, afirmou.

“Continuaremos a sancionar aqueles que precisamos sancionar, especialmente no nível mais alto (do governo) e aqueles que estão roubando o povo venezuelano, decidindo encher seus bolsos e enriquecer em vez de usar esse dinheiro para comprar comida”, prosseguiu.

Cruz revelou que a Casa Branca está considerando adotar sanções individuais e setoriais, inclusive podendo aos negócios de petróleo. No entanto, o diretor ressaltou que isso será feito de forma cuidadosa, pensando nos efeitos sobre o povo venezuelano.

“Não descartamos nenhuma opção. Queremos fazer que o mundo fique menor para os que roubam dinheiro. E estamos trabalhando com outros países para que o mundo fique menor para o regime venezuelano e aqueles que apoiam Maduro”, destacou.

(Com EFE)