Inflação fecha 2017 em 2,95%, nível mais baixo desde 1998

Com o resultado, o avanço dos preços no ano ficou abaixo do patamar mínimo estabelecido pelo governo

Na era petista de Lula e Dilma, a inflação chegou a 5,83% em 2012, 5,91% em 2013, 6,40% em 2014 e 10,67% em 2015
10 de Janeiro de 2018 - 11h17

A inflação registrou alta de apenas 2,95% em 2017, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (10). Com o resultado, o avanço dos preços no ano ficou abaixo do patamar mínimo estabelecido pelo governo pela primeira vez desde o início do regime de metas, em 1999. O centro da meta era de 4,5%, mas a margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual faz com que os limites vão de 3% a 6%. Na era petista de Lula e Dilma, a inflação chegou a 5,83% em 2012, 5,91% em 2013, 6,40% em 2014 e 10,67% em 2015.

A taxa acumulada pelo IPCA no ano é a menor desde 1998 (1,65%), segundo o IBGE. Em dezembro, houve avanço nos preços de 0,44%, ante alta de 0,28% em novembro. A alta no último mês foi puxada pela alta nos grupos alimentação e bebidas e transportes. O grupo alimentação, que responde por cerca de um quarto dos gastos dos brasileiros, passou de queda de 0,38% para alta de 0,54%, pressionado pela alta do preço da comida consumida em casa.

“Apesar de alguns produtos terem caído de preços, como o feijão-carioca (6,73%) e o leite longa vida (1,43%), outros, também importantes na mesa dos brasileiros, exerceram pressão contrária, como as carnes (1,67%), as frutas (1,33%), o frango inteiro (2,04%) e o pão francês (0,67%)”, disse o IBGE em nota. Também houve alta na alimentação fora de casa, segundo o instituto.

Nos transportes, houve destaque para a alta de passagens aéreas (22,8%) e da gasolina (2,26%). Os itens foram os que mais tiveram peso individualmente. ” Juntos, com impacto de 0,18 p.p., estes dois itens representaram 41% do IPCA de dezembro”, diz o IBGE.

No ano
Os principais aumentos de preço no ano foram registrados nos grupos habitação (6,26%), saúde e cuidados pessoais (6,52%) e transportes (4,10%). Na outra ponta, houve queda no grupo alimentação e bebidas (1,67%) pela primeira vez desde o início do Plano Real, em 1994. “Em 2017, a produção agrícola ficou, aproximadamente, 30% acima da safra do ano anterior”, disse o IBGE.

Os transportes, segundo grupo mais importante do IPCA, teve variações mais significativas em gasolina (10,32%), ônibus intermunicipal (6,84%), emplacamento e licença (4,29%), ônibus urbano (4,04%), conserto de automóvel (2,66%).

Os gastos em habitação no ano subiram principalmente pelas altas de gás de botijão (16,00%), taxa de água e esgoto (10,52%) e energia elétrica (10,35%). Em saúde, as maiores influências foram de planos de saúde (13,53%) e remédios (4,44%).